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Encontramos Vanessa no atelier entre praias, uma delas tão secreta que não tem nome, a criar tapeçarias a partir de desperdícios têxteis e de técnicas ancestrais. A artista de 29 anos, que nasceu e cresceu na costa algarvia, é um fenómeno no Japão e uma das artesãs portuguesas de maior sucesso no estrangeiro. Foi o mundo que lhe abriu portas antes da pátria. Esta história é o convite a olhar para dentro e (re)descobrir o valor da arte portuguesa.
Vanessa Barragão é artista e, como tantos outros artistas portugueses, recebeu o reconhecimento internacional antes do aplauso dentro de portas. A primeira exposição da artista foi em Sidney, na Austrália, a que seguiram convites para outras exposições coletivas, com outros artistas, e feiras um pouco por todo o mundo, convites que a deixaram surpreendida. Não esperava um crescimento tão rápido logo após ter acabado a universidade.
A artista nasceu e cresceu em Albufeira, no Algarve, no Sul de Portugal. E cresceu com o universo das artes sempre presente. “Desde pequenina que adoro fazer roupinhas para as Barbies, trabalhar o crochê… Durante as minhas férias de verão, estes eram os meus hobbies”, conta. As “professoras” eram as avós, que partilhavam bocados de tecido, sobras de cortinados, que Vanessa Barragão aproveitava para fazer saias para as bonecas. “Eu adorava esse tipo de coisas e comecei a acreditar que Design de Moda era o ramo que queria seguir”, partilha.
Toda a matéria-prima que uso é oriundo de fábricas. A quantidade de desperdício que para eles é mau, para mim é excelente. Portanto, uma fábrica precisa de quilos e quilos da mesma cor. Eu preciso de 1 kg. Não preciso mais do que isto, ou menos até. Portanto, todo o material que eu uso é fruto de desperdício da indústria têxtil nacional. Também estamos a trabalhar agora com Espanha. Há fábricas que vêm entrar em contacto comigo e isso é incrível. É esta a mentalidade que eu tento puxar com o meu trabalho. Vamos reciclar mais, porque o que é desperdício para uns pode ser o ponto de partida para outros. E eu como criativa acho que não fazia sentido estar a comprar materiais com tanto desperdício que há.
(Decidi) tentar perceber como é que eu posso fazer aquilo que eu gosto porque, para mim, é impensável acordar de manhã e não ir contente para o trabalho. Desde que sou pequenina, eu quero um trabalho em que eu acorde de manhã e vá feliz para o trabalho. Portanto, eu fui aprender. Fui lá para uma fábrica no Norte, aprendi mais técnicas, aprendi a ser mais autodidata no trabalho, aprendi todos os processos dentro da fábrica.
Hoje em dia, a minha família está toda muito presente. Percebi o quão importante foi este trabalho também para as minhas avós, porque já só estavam em casa a ver televisão, já se sentiam que não faziam cá falta e isto foi um reavivar. Foi dar-lhes outra vez vida. (As minhas avós) estão a sentir-se com vida outra vez. Isto é fascinante, não é? O meu avô também adora fazer coisas. E eu acho que no dia que parar, não vai cá estar mais. É muito importante tê-los ao meu lado, os melhores parceiros que eu podia ter na minha vida.
O mundo descobriu o meu trabalho antes de Portugal. Nos Estado Unidos, que tem sido o meu principal público e os meus principais clientes também, dão um outro valor a este trabalho manual. Talvez por estarem mais abertos à cultura artística, talvez por apreciarem mais… por terem mais espaço na sua vida para apreciarem este tipo de trabalhos.
Eu acho que é preciso ser reconhecido lá fora para depois ser reconhecido cá dentro. Talvez nós não estejamos tão abertos e tão à procura de dar valor ao artista, de o fazer crescer. Talvez no futuro isso possa acontecer. Tenho pena de não haver esse incentivo por parte do País em promover os seus artistas, em acreditar neles.
O meu trabalho também é muito acerca do que é a vida. Isto é uma das maiores questões da minha vida e estou sempre a pensar nisto. ‘O que é que é vida?’. E, de facto, o que eu represento é a vida e a morte. É aquilo que a gente conhece. É o nascer de uma peça e é a morte. Os corais estarem brancos é a morte deles próprios. Olhando para eles, eu consigo ver também essas questões a que eu própria me coloco.
Esta praia aqui em frente é uma praia que não é muito visitada. É um sítio onde eu posso estar sozinha, onde posso estar com os olhos fechados e sentir a envolvência do espaço. Meditar e refletir acerca de conceitos novos que eu tenho a trabalhar e de ideias. Poderia sugerir ir a outras praias, mas esta por estar aqui perto é a que eu visito mais, é onde eu perco mais tempo da minha vida, daí eu vos levar aqui a este local.
É uma zona mais rural, não é tão turístico, que eu aprecio imenso e é mais de natureza. Eu adoro fazer trilhos pela natureza e adoro encontrar particularidades pelo caminho. E Paderne permite-nos isso. Tem o castelo e tem uma ponte medieval que é quase desconhecida até pelos locais. É a esse local que eu vos quero levar.
Achei interessante culminar com esta espécie que também pode estar em vias de extinção, devido à nossa intervenção, a intervenção humana nos espaços, e intervir e colocá-la na ponte de forma a chamar a atenção para a espécie que temos neste local e que se nós estivermos mais atentos aos detalhes, podemos encontrá-la. E é algo lindo de se ver, não é?.
[O André Silva Sancho] é uma pessoa que já está bastante dentro da questão da reciclagem dos plásticos. Trabalha muito com bioplástico e mistura técnicas, que são antigas, como o vidro soprado, mas adaptado aos plásticos, utilizando, portanto, outras matérias-primas, que eu acho que é interessantíssimo. Estas parcerias são interessantes não só para mim, mas também para os outros artistas. E acho que a colaboração é sempre algo positivo no final para ambas as partes e é um crescimento que se pode adquirir, a nível de técnicas, de experiências diferentes, portanto, isso é muito importante para mim.
Nascido em Portugal, o novo T-Roc@pt tem o nosso ADN. Isto significa que já vem de série com os itens que os portugueses mais apreciam, nomeadamente as jantes de liga leve de 17 polegadas e os vidros traseiros escurecidos. Todas as novidades juntas fazem do T-Roc o automóvel perfeito para redescobrir o Algarve.
Sabia que o novo T-Roc ocupa 95% do programa diário de produção da Autoeuropa, em Palmela? Isto para lhe dizer que o T-Roc é o modelo mais português da Volkswagen. Para celebrar e destacar a portugalidade deste novo T-Roc, a Volkswagen lançou uma edição especial com selo de qualidade português, T-Roc@pt.